07 abril 2010

O que comemorar no dia 7 de abril?



Comemorado no dia 7 de abril, o Dia do Jornalista, surgiu em homenagem ao jornalista João Batista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos no dia 07 de abril de 1830, em São Paulo. Mas antes de comemorar essa data, sugiro uma reflexão sobre o que de fato, temos para comemorar hoje. Será que nós jornalistas, trabalhamos efetivamente para levar à sociedade a informação verdadeira e sem máscaras? Será que estamos sendo contundentes e claros o suficiente para produzir interpretação da realidade, indução de intenções, vontades, comportamentos e valores? Será que na busca pelo reconhecimento profissional e pessoal, não estamos deixando de lado a construção de culturas e relações de poder estabelecidas pela “função social” que juramos exercer?

Será que estamos preparados para enfrentar o mercado de trabalho negro, mafioso e totalmente parcial predominante deste o mais modesto periódico até as maiores redes de comunicação do país? Será possível mesmo comemorar alguma vitória depois de passar quatro anos na faculdade e ser desbancado por uma decisão do STF, de que Jornalista não precisa de diploma? Outro dia estive na Superintendência Regional do Trabalho e conversando com a supervisora do setor de registro profissional, e ela relatou que já não agüenta mais receber pedreiro, jardineiro, cozinheiro, vendedor, e até gari solicitando registro profissional de jornalista. Não é desmerecendo nenhuma profissão, disse ela, mas o mínimo que um jornalista precisa saber, é escrever e essas pessoas não sabem se quer, escrever o próprio nome.

São situações que desmerecem nossa profissão e nossa capacidade de formadores de opinião. Merecemos respeito como qualquer outro profissional, mas para isso é preciso ter princípios éticos de convenções que nos garantam tal reconhecimento. É preciso melhorar as condições salariais e trabalhistas, mas especialmente, acabar com a marginalização da profissão que surgiu há décadas em Goiás, com os atrasos salariais do Diário da Manhã, e que se tornou uma prática comum nos veículos de comunicação do Estado. Nós não podemos nos submeter aos caprichos dos empresários da comunicação goiana, que jogam a culpa no governo quando atrasa o pagamento. È preciso dar um basta nessa situação, mas isso só será possível se a classe se unir e trabalhar junta, ao contrário, continuaremos escravos de empresários políticos que se escondem atrás de um jornalzinho qualquer para ganhar dinheiro do governo, às custas de jornalistas.

Ser jornalista é mais do que sair pra rua e colher informações. É preciso estar ligado nos fatos, ter faro de cachorro vira-lata atrás de carne podre, suspeitar, sondar, chegar (mesmo que discretamente) e claro, ter fontes confiáveis. Para ser jornalista é preciso saber reportar de forma concisa e imparcial pensando sempre na coletividade, não no editor ou no colega de profissão. É pensar e agir diferente em cada situação sem perder a noção e a credibilidade.

Mesmo com tantos gargalos e dificuldades somos vitoriosos por conseguir sobreviver às diversidades buscando manter a ética profissional e a imparcialidade. Parabéns àqueles que arriscam sua própria vida em nome da profissião, da verdade e da sociedade. Parabéns àqueles que passam horas esperando o carro do jornal; parabéns àqueles que esperam o colega terminar o texto para usar o computador; parabéns àqueles que passam horas esperando políticos, delegados e empresários para uma entrevista de cinco minutos; parabéns àqueles que dedicam seu tempo e conhecimento ao homem do campo, que passa a maior parte do tempo conhecendo e divulgando a vida no sertão; parabéns a você colega, amigo e parceiro de profissão que suporta todas essas dificuldades, e ainda assim, está sempre com um sorriso aberto no rosto, pronto para atender a qualquer chamado de emergência do corpo de bombeiros ou da polícia.

FELIZ DIA DO JORNALISTA!!!

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